Rota do Cabo
Com a viagem de Vasco da Gama em 1497 à Índia, foi posta em circulação uma nova rota comercial: a Rota do Cabo. Esta veio substituir as rotas do Levante. Por ela chegavam a Portugal e à Europa as especiarias (canela, pimenta, noz-moscada, …), porcelanas, perfumes, cedas … em maiores quantidades, mais rapidamente logo com preços mais acessíveis.
Quando as naus chegavam a Lisboa eram descarregadas na Casa da Índia, e daqui saíam para a Europa, nomeadamente para a feitoria portuguesa de Antuérpia.
Império Português no Oriente
Depois da viagem de Vasco da Gama os Portugueses estabeleceram-se no Oriente aí fundado um importante império colonial. Contudo contaram com a oposição de muçulmanos, turcos, e chefes hindus.
Assim foi necessário estabelecer um governo forte sendo o poder político por vice-reis:
- D. Francisco de Almeida: primeiro vice-rei, exerceu uma política de domínio dos mares. Estava convencido que o sucesso dos portugueses, no Oriente, dependia do controlo da navegação no Índico. Por isso colocou nesse oceano uma esquadra de navios que controlava as principais rotas comerciais.
- D. Afonso de Albuquerque: segundo vice-rei da Índia, exerceu uma politica de domínio terrestre. Para isso foi:
- conquistar territórios que eram considerados pontos estratégicos, como Ormuz (à entrada do Golfo Pérsico); Malaca (um ponto fundamental na rota do Extremo Oriente); e Goa (situada numa zona rica em especiarias) que se tornou a Capital do Império Português no Oriente.
- criar uma vasta rede de feitorias.
- promover alianças com chefes Indianos.
- fomentar as tropas culturais.
O comércio com o Oriente era Monopólio Régio (exclusivo do Rei); anualmente partia uma armada com destino à India.
Rivalidades Luso-Castelhanas
- No século XIV estes dão-se pela posse das ilhas Canárias.
- No século XV a Espanha também queria participar no negócio da costa ocidental de África.
- Estas rivalidades acentuam-se, quando, em 1492, Cristóvão Colombo, ao serviço dos reis católicos, descobriu a América.
D. João II afirmou que ao abrigo do tratado de Alcáçovas, assinado em 1479, essas terras eram Portuguesas, pois ele dizia que as terras a Norte do paralelo das Canárias com a excepção da Madeira e dos Açores, eram de Espanha e as que ficavam a Sul eram Portuguesas.
Ora as terras que Colombo descobriu ficavam na parte Sul logo seriam Portuguesas.
O Papa Alexandre VI para solucionar este conflito interveio através da bula "Inter Caetara". Segundo esta o Mundo era dividido por uma linha de Meridiano que passaria a 100 léguas a Oeste de Cabo Verde.
D. João II não aceitou este tratado e assinou com Espanha, em 1494, o Tratado de Tordesilhas.
Tratado de Tordesilhas
Segundo este, o mundo era dividido por um meridiano que passava 370 léguas a Oeste de Cado Verde. As terras descobertas, e as que ainda estavam por descobrir, a Ocidente dessa linha seriam para Espanha e as que ficavam a Oriente seriam de Portugal.
D. João II foi tão remitente na questão das 370 léguas, porque já saberia da existência do Brasil.
O Tratado de Tordesilhas instituiu a teoria do "mare clasum".